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27 DE SETEMBRO DE 2025, SÃBADO
Derrotar a direita em Lisboa
Posição da Renovação Comunista
Com a aproximação da batalha autárquica, é muito importante gerir o voto comunista para obter ganhos que favoreçam a construção de uma alternativa democrática mais adiante. É este o caso especial de Lisboa onde pode suceder uma vitória contra a direita.

Numa altura em que o governo mostra com nitidez a sua natureza de direita, afrontando os trabalhadores com propostas anti-laborais, é importante intensificar a mobilização popular.

A oposição ao governo de direita, na acção reivindicativa e no voto, deve ligar-se à perspectiva de abrir caminho para uma alternativa de governo, por via da conquista de posições das forças democráticas nas instituições do Estado, nas autarquias concretamente, na mobilização do voto popular para permitir uma vitória da esquerda e centro esquerda nas presidenciais, todas estas etapas vinculadas ao desígnio mais amplo de conquistar mais adiante uma maioria de convergência no governo de Portugal.

No caso das próximas eleições autárquicas, os comunistas devem agir para favorecer vitórias do centro esquerda ou da esquerda, com foco primeiro na conquista de presidências de câmara, pelo relevo executivo que estas dispõem no nosso arranjo constitucional.

Naturalmente que o voto comunista não deve perder de vista o reforço de posições próprias, lá onde isso for viável, ou onde a constituição de maiorias não for prejudicada pela segmentação partidária.

Isto significa que o voto comunista será para os candidatos que melhores características, competências e maiores apoios mostrem ter, e que, ao mesmo tempo, possam alargar o campo da esquerda e do espaço comunista.

No caso da cidade de Lisboa, é muito importante sinalizar a mobilização do voto popular a favor da esquerda e dos comunistas nas freguesias e na Assembleia Municipal, uma vez que uma nova maioria na vereação irá carecer, sempre, da mobilização que a esquerda e os comunistas consigam exercer para a presidência da câmara e vereação. E também porque, Freguesias e Assembleia Municipal, são órgãos de representação proporcional onde a segmentação partidária não prejudica a formação de maiorias com a escolha livre de candidatos comunistas.

Em concreto, o voto na cidade de Lisboa, pela sua importância e repercussão política nacionais, deve orientar-se para a conquista da presidência da câmara pela esquerda e pelo centro-esquerda, neste caso, pela lista mais bem colocada para ganhar, que é a que junta o PS e outras formações de esquerda, ao mesmo tempo que deve mobilizar-se livremente para reforçar a representação dos comunistas nos restantes órgãos autárquicos.

Em Lisboa, falhou a constituição de uma lista alargada do centro –esquerda e da esquerda que incluísse um acordo entre comunistas e socialistas, ensejo esse que seria por demais necessário para conseguir partir para a disputa eleitoral com uma mais forte expectativa de vitória.

Ainda assim, é positivo o acordo pluripartidário entre o PS e outras formações de esquerda, instrumento que permitirá, ainda, alimentar a perspectiva de vitória mesmo com a candidatura separada da CDU.

No caso de vitória à esquerda, a vereação que governar a cidade deverá resultar, desejavelmente, de um compromisso pós-eleitoral entre a lista de coligação do PS e restantes formações de esquerda com a CDU, com o objectivo de reforçar a acção para uma mudança efectiva na condução dos destinos da cidade.

Não são conhecidos os meandros que levaram à divisão de listas entre a CDU e o PS coligado com outros partidos de esquerda. Este insucesso, não significa, porém, que outros compromissos não venham a ser possíveis mais adiante, e que a luta pela construção de uma maioria de centro-esquerda e esquerda não esmoreça em virtude deste resultado indesejável.

Do lado comunista, importa reconhecer que a não celebração de compromissos não é apenas o desfecho de um processo recente, é consequência da derrota nas eleições legislativas e do visível atordoamento que atingiu depois o partido socialista, onde passaram a prevalecer pontos de vistas mais direitistas e mais inclinados a acordos com o PSD e o governo.

A CDU deu primazia à defesa da sua identidade própria, e isso, por muita justificação táctica que possa ter, não deixa de arriscar a perpetuação da direita na Câmara e de atrasar o processo de constituição de uma maioria à esquerda no país.

Sem dúvida que a recente evolução da liderança socialista levanta preocupações aos comunistas uma vez que o país precisa de um PS mais forte e com clara vocação de oposição, virado para acordos à esquerda e não para entendimentos e subordinação à direita.

Podemos mesmo dizer que a linha em torno da construção de uma maioria de centro-esquerda e de esquerda em Portugal está, nesta altura, prejudicada pela evolução recente da conduta dos socialistas.

Contudo, a realidade do que vai ser a política da direita e os perigos que ameaçam a economia de Portugal e da Europa, vão obrigar mais cedo do que tarde a mais mobilização e vão exigir uma saída política à esquerda para conjurar o que é a incapacidade política das direitas - e sua orientação antipopular- e da sua tendência para descarregar a crise em cima das camadas populares.

A vida vai trazer ao de cima, de novo, a premente necessidade de um entendimento entre centro-esquerda e esquerda, entre socialistas e comunistas, para abrir caminho à superação da crise.

As próximas eleições autárquicas, em particular a eleição em Lisboa, pela sua enorme relevância, exigem uma gestão cuidada do voto para colocar a direita em minoria e abrir caminho à viragem política em Portugal.


 

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