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03 DE JUNHO DE 2024, SEGUNDA FEIRA
FONTE: RC
O que está em causa nas eleições europeias é alcançar a paz!
Posição da Renovação Comunista
Com o desenrolar da campanha eleitoral para as europeias importa sublinhar o que é mais importante na fundamentação da escolha eleitoral.
Nada há mais crítico na escolha do voto nas próximas eleições europeias do que fazer com que ganhe força a paz.

A União Europeia, desde o seu início, surgiu aos olhos da população como ideia de construção de paz depois da carnificina do que foram a Iª e a IIª guerras, e essa é a aspiração principal de todos os povos europeus.

A criação de condições para a paz na Europa foi proclamada pela primeira vez pelos antifascistas presos por Mussolini, na ilha de Ventotene, em 1942, no auge da agressão nazi-fascista da IIª guerra, ao considerar-se que a paz poderia ser alcançada por via da união dos países europeus.

A guerra da Ucrânia é fruto fundamentalmente da rivalidade entre EUA e Rússia, e onde a UE, sob a batuta da hegemonia da direita, ocupa uma posição subordinada e seguidista em relação aos EUA. Para além da horrenda mortandade que a guerra está a provocar, levou a um brusco agravamento da situação política na UE. A direita tem, pois, de ser derrotada.

# É a direita que apoia a continuação da guerra na Ucrânia, e mesmo a sua escalada para satisfazer os interesses complexo militar industrial principalmente o dos EUA, na linha cada vez mais delirante e irrealista de combater até ao último homem e até à derrota total da Rússia.

# É a direita que já fala em meter tropa dos países da UE no terreno, num aventureirismo que tem de ser travado.

# É a direita que representa a manutenção do alinhamento servil da Europa face à hegemonia geoestratégica dos EUA.

# É a direita que é responsável pelo contínuo agravamento das sanções à Rússia, de resto amplamente falhadas nos seus objectivos, em vez de abrir caminho a negociações. As sanções fazem gravíssimo ricochete na realidade económica e social da Europa com estagnação, carestia, subida de juros e crise de habitação.

A guerra vem atentando contra a liberdade de imprensa com a imposição de um figurino único, de informação e de ideologia, com boicote no acesso aos órgãos de informação de opiniões diferentes. Vivemos tempos perigosos em que quem defende a paz se arrisca ao bullying e à discriminação política, naquilo que se está a transformar num grave retrocesso do pluralismo e da democracia.

A paz na Europa só é alcançável com mais força da esquerda no parlamento Europeu, com mais força das vozes que exigem a prioridade à diplomacia, desejavelmente sob os auspícios da ONU, por forma a defender o direito à existência de uma Ucrânia soberana, assegurar um compromisso de não-agressão, de redução de efectivos militares e de redução do armamento entre os países da região, fazer retroceder os planos de expansão da NATO e retomar a luta por um acordo de não proliferação das armas nucleares a nível global.

A AD, em concreto, surge colada a toda a incompetência de Bruxelas na forma como tem lidado com a crise social e a recessão económica decorrente da crise no fornecimento de energia e da própria guerra.

De tal forma está a falhar a direita na Europa que a sua crise dá origem a roturas no bloco das direitas pontificadas pelo avanço da extrema-direita.

A extrema-direita, joga no aproveitamento do descontentamento das populações com a política dominante, prometendo a variante reaccionária do regresso ao nacionalismo como pseudo-saída para a situação.

As falsas promessas da extrema-direita iludem na verdade a resolução dos problemas uma vez que a recusa aos compromissos entre países e à regulação supranacional, democrática, é uma atitude ultramontana, anacrónica, em frontal confronto com a evolução do mundo e condenada, portanto, à obsolescência.

Para além disso, nunca devemos esquecê-lo, o quadro dos nacionalismos exacerbados atenta contra a própria democracia na medida em que o protecionismo e o securitarismo nacional levam quase sempre ao recuo das liberdades e de direitos democráticos e sociais.

É importante ter em conta que, à esquerda, o partido socialista, pelo seu peso eleitoral, tem um papel de relevo na mudança do panorama político europeu, na medida em que consiga superar as suas contradições que o fazem tantas vezes submeter-se às instituições europeias dominadas há longos anos pelas direitas.

A forma de dar mais peso aos que querem uma Europa solidária e de paz é conseguir reforçar, à esquerda, todos os que lutam por romper com a lógica dominante e erguer a voz da paz e da solidariedade.

A Renovação Comunista apela ao voto a favor de todos aqueles que mostrem agir com insubmissão e que não hesitam em batalhar por uma outra orientação na Europa


 

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