O desaparecimento de Pina Moura, deixa mais pobre a geração que mais protagonizou a luta final contra o fascismo e a guerra colonial, que foi enérgica no derrube da ditadura e na instauração da democracia, que avançou para as conquistas de Abril, e ajudou na instituição do regime democrático por via da Constituição.

Pina Moura foi destacado na luta antifascista como candidato nas listas da CDE em 1973, foi um importante activista no movimento estudantil e foi um dos fundadores da União dos Estudantes Comunistas em Janeiro de 1972, uma organização-alicerce na dinamização das associações de estudantes e uma força na convergência do movimento estudantil com o movimento popular ao longo do processo revolucionário.

Pina Moura entrou em divergência com o PCP em resultado dos acontecimentos de 1989 com a implosão da URSS, e sinalizou bem cedo a notória crise no movimento comunista, que deveria ser reconhecida, e dar lugar ao debate para permitir aos sectores empenhados na construção de uma sociedade mais justa e solidária, de relançarem a iniciativa política e histórica.

Ainda que não tivesse projectado novas soluções ou um programa renovado, Pina Moura acabou por tornar inadiável a busca de um novo rumo para a esquerda.

Pina Moura com os seus questionamentos, desencadeou em muitos a procura de novas soluções num quadro sempre inspirado pelo que foi a singularidade da revolução de Abril. É a fidelidade a esses ideais, hoje tão atuais como o foram nos anos do derrube do fascismo, da construção democrática e do desígnio socialista tal como está inscrito na Constituição, que permitirá encontrar a todos nós as respostas necessárias.

A Renovação Comunista endereça as suas condolências à familiar enlutada.