 18 DE DEZEMBRO DE 2015, SEXTA FEIRA POR: Cipriano Justo Juntos, na esquerda plural A decisão que um grupo ad hoc de personalidades das várias organizações da esquerda tomou de assinalar e saudar a constituição do XXI governo constitucional, na base dos acordos celebrados entre o PS, BE, PCP e PEV, além da dimensão celebratória do acontecimento, visou também trazê-lo para o espaço público e dar-lhe a dimensão simbólica que merece. Se é inquestionável o mérito que os principais responsáveis daqueles partidos tiveram na assinatura desses acordos, sem a mobilização, a exigência e a insistência que vastos sectores da população colocaram nessa solução, ela não se teria concretizado.
Não teria sido suficiente a existência de uma conjuntura eleitoral favorável, foi necessário que essa solução tivesse sido reclamada antes e durante a campanha eleitoral para que desse lugar a uma decisão política. Também foi a razão dessa reclamação que foi celebrada na noite de 12 de Dezembro, na Casa do Alentejo. Daí que desde logo tenha merecido a adesão de muitas dezenas de participantes que ao encherem o salão principal quiseram manifestar o seu júbilo por um acontecimento que tardava a concretizar-se, e que muitos temiam já não assistir.
Do muito que lá foi dito, deve destacar-se o que Maria Tengarrinha transmitiu a todos que a escutaram, o que a direita não esperava era que nos entendêssemos. O que a direita espera agora é que deixemos de nos entender. O que temos de fazer? Continuar, apesar das nossas legítimas diferenças ideológicas, a dialogar e a caminhar no mesmo sentido, esse é um plano que agora é possível. Exactamente. Por isso é que este encontro, para uns, reencontro, para outros, foi tão calorosamente saudado e acolhido. Porque serão uns com os outros, afinal juntos, que os desafios que agora se apresentam poderão ser resolvidos.
E disse mais Maria Tengarrinha, temos de usar o espaço absolutamente legítimo que conquistámos e provar que as nossas políticas se diferenciam das da direita sobretudo por não pormos à frente das pessoas as decisões finais já tomadas pelos privilegiados e pelos interesses económicos, que não consideram as nossas necessidades reais e do país real do qual somos parte e pelo qual queremos lutar. Mostrar - porque há ainda uma batalha das ideias a ganhar - que as políticas que defendemos se caracterizam pela construção de uma vida melhor para TODOS, com mais justiça e menos desigualdades. Pelas pessoas e com as pessoas. Uns pelos outros. Esta é uma boa síntese do que as esquerdas vinham a defender desde que o austeritarismo invadiu a vida dos portugueses: que há alternativa. E que esta alternativa terá de ser obrigatoriamente diferente e melhor daquela com que tivemos de conviver durante mais de quatro anos.
Lei Eleitoral Enviado por António Gomes Marques, em 26-12-2015 Ã s 14:35:20 A luta da Esquerda tem de continuar em prol de uma verdadeira democracia e que consiga trazer de novo à política activa a maioria, pelo menos, dos quase 50% dos eleitores que não votam.
Há que lutar pela alteração da Lei Eleitoral, tendo em consideração, nomeadamente, os estudos de André Freire e de Rui Oliveira Costa, sendo esta a proposta que deixo ao grupo «Juntos, na esquerda plural» |