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04 DE JANEIRO DE 2014, SÁBADO
Contestar não chega, é preciso apontar caminhos novos
Editorial da NewsLetter de Janeiro de 2014
O mês de dezembro foi marcado por intensa contestação às diatribes governativas da equipa lideradada pela dupla Passos/Portas. Uma semana de protesto convocada pela CGTP, greves na Administração Pública e nos transportes, plenários de vários setores e arruadas em vários distritos. Mais, incontornáveis foram as lutas dos professores contra a prova de avaliação e a marcha dos trabalhadores dos Estaleiros de Viana do Castelo contra a privatização e o despedimento.
Coincidentemente, ambos os casos revelam facetas eticamente reprováveis dos membros do governo. O processo dos Estaleiros, por exemplo, ilustra de forma lapidar o espírito perdulário de um executivo que impõe e exige tanta austeridade ao povo enquanto disponibiliza verbas, dez vezes superiores às necessárias à manutenção da empresa em laboração, só para pagar indemnizações a trabalhadores. Estas compensações por despedimento poderiam ser poupadas caso se aplicassem as regras sobre transferência da propriedade da empresa, como dita o Código do Trabalho, acautelando os direitos dos trabalhadores. Mas o governo garante ainda o abastecimento de matéria-prima indispensável para assegurar o cumprimento da primeira encomenda em carteira salvando da insolvência a empresa que adquiriu os estaleiros e arriscando, quiçá, mais multas da UE por violação das regras da concorrencia.

Pelo seu lado, o MEC ao impor uma prova de avaliação a professores contratados, na sua maioria desempregados, com a única finalidade de poderem vir a ser opositores ao concurso para colocação profissional, e ao proferir as declarações prestadas à comunicação social no próprio dia da prova, coloca-se deliberadamente em rota de colisão não apenas com os professores a quem aproveitou para extorquir algum dinheiro pela inscrição, mas também com as escolas que formam professores, com as universidades e institutos politécnicos, com a Agência de Avaliação do Ensino Superior e em última análise com os serviços do próprio MEC onde os cursos e as entidades são reconhecidas. E tudo isto para saciar o seu antigo ódio pessoal à classe docente.

Como se já não bastassem os indícios de incompetência, má-fé, gestão danosa do interesse público, temos agora também o primado das guerrinhas pessoais por parte dos (ir)responsáveis políticos que teimam em prosseguir estas políticas de lesa pátria.

Porque determinação não tem faltado a estes senhores no prosseguimento fiel dos objectivos que lhes são ditados superiormente, esmagando os trabalhadores e as populações, violando a Constituição e as leis, desrespeitando entidades e autonomias.

Falta-nos que à esquerda haja tanta determinação na busca de um entendimento que interrompa esta senda de destruição e aponte caminhos de desenvolvimento sustentável e de reforço da cidadania e da democracia.


 
Divisões à esquerda
Enviado por José Oliveira, em 06-01-2014 às 17:28:27
Claro que todos os apelos à unidade são sempre bem vindos, mas o facto é que a esquerda nunca se quis unir, nem quer, sejam quais forem as consequências desse sectarismo cego. As verdadeiras razões nunca foram assumidas pelos responsáveis e compreende-se porquê. No fundo tudo se resume a uma arrogante reivindicação de pureza ideológica que diz: Nós é que somos os bons! Trata-se de uma posição completamente vazia (nada tem de objectivo que a sustente) e exclui necessáriamente todos os outros. É assim uma atitude puramente destrutiva e éticamente indefensável. A direita agradece reconhecida.

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