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- mulheres soldados da defesa popular de Kobané
23 DE OUTUBRO DE 2014, QUINTA FEIRA
A Bravura das Mulheres de Kobané!
O CN da Renovação Comunista apela à solidariedade para com a defesa de Kobané
O Conselho Nacional da Renovação Comunista, reunido no passado dia 18 de Outubro, em Lisboa, apelou à mobilização da opinião pública e dos democratas em solidariedade com a heroíca defesa de Kobané, no Curdistão Sírio. Seguem-se os argumentos que se vão reunindo para fundamentar a solidariedade dos povos para com a defesa de Kobané.
1- Através da auto-organização das forças populares de defesa, em condições de exiguidade de forças e de falta de equipamento, o povo de Kobané e, em primeiro lugar as suas mulheres, travam, para já com surpreendente sucesso, a barbárie das forças extremistas do islamismo negro do chamado Estado Islâmico e defendem, dessa forma, o interesse da humanidade inteira. E não deixam, nem deixarão, passar o extremismo islâmico, por muito poderosos que sejam os seus apoios explícitos ou implícitos!

2 - É importante sublinhar que o movimento de defesa popular peshmerga é um acontecimento que ressoa em todo mundo por traduzir uma construção democrática, laica, de baixo para cima, e por representar a encarnação democrática de um povo em armas.

3 - Mais surpreendente porventura, para a opinião pública mundial, é o papel de liderança que as mulheres assumiram no processo, numa afirmação inédita da emancipação feminina contra a opressão e o obscurantismo. A bravura das mulheres de Kobané desperta admiração e o reconhecimento. O mundo louva e enaltece as heroícas amazonas peshmergas que alcançam a glória nas primeiras linhas de combate.

4 - Sublinha-se o facto de a revolução operada pela defesa de Kobané romper com as manifestações de nacionalismo estreito que contaminam as lutas dos povos em muitos cantos do mundo, rebocadas por idelologias conservadoras, e faz aparecer por contraste um movimento de raiz popular que não está dirigido contra os outros povos e nações antes convoca à solidariedade do mundo inteiro. Sendo nacional e local a luta em Kobané, ela é um movimento que constrói um degrau a favor do projeto internacional de toda a humanidade.

5 - A energia política democrática libertada em Kobané, ao ressoar em todo o mundo, acabou por forçar, já, um recuo do cinismo das potencias imperiais e regionais que vinham jogando na abstenção e na aceitação passiva do avanço do terror islâmico extremista, na mira de dizimar os fatores democráticos e de autodeterminação que continuamente emergem da resistência das populações. Perante a pressão da opinião pública, estas potências acabaram por ter de adoptar medidas, de resto muito limitadas e insuficientes, como seja o fornecimento de algumas armas por via aéria à defesa popular de Kobané, pelos EUA, e a abertura de um corredor logístico em território turco para apoio a kobané. É importante denunciar a passividade da UE nesta questão, em inaceitavel e manifestamente cúmplice omissão para com o terror negro islâmico.

6 - A corrente islâmica negra tem uma base de apoio heterogénia de gente excluída, sem uma definição de classe nítida. Aspira a uma hegemonia global e surge descentrada da segmentação nacionalista tradicional. Esse lado mais global, e menos nacional, dá-lhe flexibilidade nas ações e recrutamentos. Tem uma genese em poderes regionais reaccionários associados ou não a governos. Tem sido igualmente financiada em larga escala pelas potências imperialistas em instrumentalização de tácticas hegemonistas e anti-populares na região que usam o extremismo negro islâmico segundo a suas conveniências.

7 - A resposta à gravíssima situação na região do Iraque e Síria, deve contemplar o apoio às forças democráticas locais, à resolução dos direitos do povo palestiniano, ao apoio ao desenvolvimento enconómico e da democracia na região. Deve pressionar também para o recuo das ações hegemonistas com que as potências imperialistas jogam na sua ambição de conquistar posições na região.

8 - A Renovação Comunista e todos os democratas devem exigir que o governo português tome posição contra o avanço do extremismo islâmico e atue a favor de uma saída democrática na região.


 

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