Carlos Brito chega aos seus vigorosos 80 anos em completa vitalidade física e intelectual, notabilizando-se pela sua dedicação ao acervo dos factos vividos, sobre eles empreender análises renovadas e intervir num plano mais teórico, mas ainda assim pleno de influência, no rasgar de audaciosas perspectivas para a acção transformadora.
Se mais não fosse, seria este um argumento para juntar as pessoas que com ele partilharam – e mesmo os que com ele divergiram na incerteza própria das previsões e apostas -tantas e tantas jornadas de luta e dele reconhecem o avisado pensamento sobre como enfrentar a terrível tempestade que ameaça destruir anos e anos de avanços progressistas. Avanços que, de resto, não podem iludir a contribuição qualificada de Carlos Brito. Lembremo-nos como foi exemplar o porte na prisão de Carlos Brito debaixo da violência da política política, como foi assertiva a sua percepção da importância em mobilizar o partido e as massas para rua no dealbar do movimento das forças armadas na madrugada do 25 de Abril de 1974, como foi absolutamente crítico o seu papel como lider parlamentar do PCP na Assembleia Constituinte e nos compromissos que foi preciso cerzir com o PS e outros deputados para dotar a Constituição do conteúdo avançado que acabou por ficar consagrado, como foi um ardente defensor da convergência de forças à esquerda depois da Revolução e como incentivou com a sua acção o acordo ainda hoje inédito entre o PS e o PCP para a Câmara de Lisboa sob Jorge Sampaio.

Extracto do texto de apresentação do site pensamento de futuro, dedicado à homenagem a Carlos Brito pensamentodefuturo.info.