 11 DE ABRIL DE 2012, QUARTA-FEIRA Cipriano Justo A MAC não se abate A Maternidade Alfredo da Costa, agora em risco de encerrar, não é exclusivamente uma instituição pública de saúde onde durante 80 anos nasceram milhares de lisboetas. Mais do que cuidados na gravidez e no parto, nela são prestados cuidados globais à mulher e à criança. É ao mesmo tempo uma unidade de saúde onde se faz formação pré e pós graduada e um centro de investigação interdisciplinar na área da saúde reprodutiva. Estas várias actividades fazem da MAC uma organização de excelência, com uma cultura centrada no conhecimento, na competência profissional e no bem-estar das suas utilizadoras.
Encerrar a MAC será desarticular este capital técnico-científico, porque ela é e vale mais do que a soma das partes. Ao ter adquirido, há muito, o estatuto de referência, não pode, por essa razão, ser segmentada. As referências não segmentáveis. Fazê-lo, é destrui-la. E nem se pode afirmar que não existem alternativas no plano organizativo. Em vez de se ter partido do princípio de que a MAC era para encerrar, por que não se fez o inverso, de que era para se manter, atendendo às suas características, e se planeou a restante oferta com este pressuposto?
Além disso, Lisboa também é a MAC, como é o Rossio, a Avenida da Liberdade, a Baixa, o D. Maria, a Sé, o largo de Camões, a Brasileira. Todos fazem parte do imaginário de quem nela vive. Por essa razão, é exigível que a autarquia, enquanto governo da cidade, tenha uma palavra a dizer sobre o assunto.
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