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01 DE NOVEMBRO DE 2011, TERÇA FEIRA
Nota editorial da NewsLetter de Outubro de 2011
Na madrugada do passado dia 27 de Outubro os líderes do eurogrupo tomaram as decisões que no imediato dão resposta, no plano financeiro, ao agravamento ou deslizamento das dívidas soberanas de alguns Estados, com o risco de contágio a outros que de momento se encontram numa posição mais confortável.
O que estava em jogo era demasiado importante para que fosse outra a decisão; daí não terem constituído uma surpresa as medidas por eles adoptadas. Convicto defensor da aversão ao risco, o capital financeiro estava ciente de que a via do insucesso da reunião lhe traria mais custos do que benefícios, e o caminho da incerteza não é propriamente a estratégia que mais agrada a estes mercados. Respaldadas no compromisso adoptado pelos chefes de governo dos 17 países do eurogrupo, as praças financeiras ganharam espaço e tempo para, se não forem tomadas outras medidas, continuarem a especular com as dívidas soberanas de alguns destes países, transferindo para as suas contas o saldo das medidas de austeridade que genericamente vêm sendo tomadas pelos governos da União Europeia.

As outras medidas cuja urgência é imposta pela conjuntura a que os povos europeus estão expostos, pelo menos desde 2008, são necessariamente de ordem política. É indiscutível que a União Europeia é uma soma de estados-nação bastante diversa de norte para sul e de ocidente para oriente. E a diversidade mais relevante para equacionar uma união e torná-la numa realidade coerente são as desigualdades sociais no plano da infra-estrutura produtiva, do emprego, do rendimento, da qualificação profissional e da fiscalidade. É a resposta a estes pressupostos que poderão tornar atractivo e desejado o aprofundamento da união política, cuja forma deve responder à vontade expressa dos povos. A história da maneira como os vários tratados que regulam a actual configuração da União Europeia foram sendo aprovados, fundamentados numa espécie de teologia política, é um exemplo que não deve voltar a ser repetido. A boa prática democrática impõe que sejam os povos a ter directamente a primeira e a última palavra nas decisões com consequências nas suas vidas no médio e longo prazo. Por isso, esta é uma tarefa das esquerdas europeias: liderar a formação de uma opinião pública exigente quanto à democraticidade do que vier a ser decidido em matéria de união política.


 

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