19 DE ABRIL DE 2007, QUINTA FEIRA FONTE: Diário de NotÃcias POR: Pedro Correia Ricardo Araújo Pereira vetado pela JCP A JCP inviabilizou a proposta apresentada na Comissão Organizadora das comemorações do 25 de Abril de entregar a Ricardo Araújo Pereira a tarefa de discursar em nome da juventude portuguesa no desfile da Avenida da Liberdade Ricardo Araújo Pereira foi vetado pela Juventude Comunista Portuguesa (JCP), que inviabilizou uma intervenção do humorista nas próximas celebrações do 25 de Abril. A proposta, originalmente feita pelo representante da Juventude Socialista (JS) nas reuniões preparatórias da comemoração do 33.º aniversário da Revolução dos Cravos, esbarrou com a intransigência da JCP, que sugeriu nomes alternativos ao do "Gato Fedorento", ex-militante nas fileiras comunistas. A falta de consenso entre as forças polÃticas representadas na comissão promotora inviabiliza a intervenção de um representante dos jovens portugueses no comÃcio do dia 25 em Lisboa, o que acontece pela primeira vez.
"É lamentável que não tenha sido possÃvel ultrapassar divergências em aspectos secundários para nos podermos concentrar no essencial", declarou ao DN o capitão de Abril Vasco Lourenço, que desde 1982 lidera a comissão promotora das celebrações do 25 de Abril, que em Lisboa incluem sempre um desfile entre o Marquês de Pombal e o Rossio. Sem um representante dos jovens, haverá apenas uma intervenção no palco, a cargo de outro capitão de Abril - o coronel Rosado da Luz.
Apelo aos jovens
A proposta original da JS destinava- -se a reforçar o mediatismo da efeméride, atraindo para o ritual comemorativo do 25 de Abril uma geração que já nasceu em democracia e prefere o humor corrosivo dos Gato Fedorento à s mensagens polÃticas de pendor mais tradicional. Ricardo Araújo Pereira, o mais conhecido dos membros do quarteto Gato Fedorento, não esconde as suas posições de esquerda, embora tenha abandonado há vários anos a militância comunista. Na recente campanha do referendo ao aborto, foi uma das figuras mediáticas que deu a cara pela despenalização.
A proposta, segundo apurou o DN, foi prontamente secundada pelo representante dos Jovens do Bloco de Esquerda e da juventude da UGT. Os socialistas invocaram, a favor de Ricardo Araújo Pereira, a "visibilidade" e a popularidade do humorista, e o seu "protagonismo irrecusável". E chegaram a apontar, como exemplo de isenção nesta proposta, o facto de o Gato Fedorento ter satirizado no último programa da RTP, Diz que é uma Espécie de Magazine, a entrevista de José Sócrates ao canal público a propósito da Universidade Independente.
Mas a JCP e duas outras associações próximas do Partido Comunista - a Interjovem, ligada à CGTP, e a Ecolojovem, ligada ao Partido Ecologista 'Os Verdes' - recusaram frontalmente a leitura da mensagem aos jovens que ficaria a cargo de Ricardo Araújo Pereira.
"As organizações de juventude têm de se entender quanto ao texto que irá ser lido", comunicou-lhes Vasco Lourenço, já irritado. Mas após uma segunda reunião manteve-se o impasse: as organizações próximas do PCP sugeriram que a intervenção fosse feita por um membro da Ecolojovem. Foi então a vez de a JS recusar esse orador. Deste modo, a intervenção não chegará a ser feita no palco do Rossio. Alegam os socialistas que todos os oradores dos anos anteriores foram sugeridos pelos comunistas, o que desta vez não sucederá. Os jovens do Bloco de Esquerda mantiveram-se, no geral, em sintonia com a JS.
Ninguém cedeu
O próprio Vasco Lourenço admite que é já praticamente impossÃvel atingir-se um consenso. Recusa expressar a sua opinião sobre as responsabilidades das partes envolvidas, alegando a posição equidistante que deve manter como presidente da comissão promotora das celebrações e da Associação 25 de Abril. Mas deixa um reparo com vários destinatários: "Desde que haja duas organizações à volta de uma mesa todas têm de ceder alguma coisa. Não pode haver nenhuma que não ceda nada." Sobre o facto de Ricardo Araújo Pereira ter ficado fora da iniciativa -que, segundo apurámos, também mereceu a sua adesão inicial - o capitão de Abril prefere não comentar. Igualmente contactado pelo DN, o humorista alegou desconhecer a situação, dizendo "não se lembrar bem" se chegou a ser sondado por socialistas ou bloquistas. Foi impossÃvel para o DN obter em tempo útil uma reacção da JCP.|
Intervenção jovem no 25 de Abil Enviado por eduricardo, em 22-04-2007 à s 16:41:44 É natural que, para a JS, qualquer intervenção de origem sindical poderia estragar a festa, apontando o dedo à polÃtica do governo. Limitar as comemorações do 25 de Abril ao humor seria mais cauteloso.s
Mais curioso é verificar que, para os autores deste sÃtio (arrependidos da revolução), tudo serve para estar contra o PCP. s
Hoje abraçados à JS e ao BE, amanhã... quem sabe?ss Pesar Enviado por Nelson Aurélio, em 19-04-2007 à s 21:50:59 sÉ com grande pesar que recebo estas notÃcias, pois como é possÃvel esperar uma mudança séria de polÃticas no nosso paÃs, mudança essa só realizável com a geração de amplos consensos no campo da esquerda, se nem sobre a mera situação da escolha de um orador não se vislumbra o mais ténue sinal de tolerância e se continua a sacrificar no altar dos interessezinhos e amuos do momento as causas mais prementes?s
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