27 DE FEVEREIRO DE 2012, SEGUNDA FEIRA Nota editorial da NewsLetter de Fevereiro de 2012 Apesar de ter sido tomada na madruga de uma terça-feira de carnaval, a decisão do eurogrupo em desbloquear 130 mil milhões de euros para assistência financeira à Grécia deve ser levada muito a sério. Depois de uma primeira assistência à Irlanda, Portugal e Grécia, o regresso a este paÃs só pode significar que na avaliação dos custos e dos benefÃcios prevaleceu o ponto de vista de que é mais benéfico para o capitalismo e para o seu subsistema financeiro manter enquadrado e dentro da sua lógica uma economia que faz parte do seu circulo de influência do que deixá-lo resvalar para uma incerteza de consequências imprevisÃveis. Sumariamente, o que o eurogrupo sinalizou é que não deseja excluir um associado e com isso acrescentar contingência à contingência instalada.
Estando agora clara essa disposição, as respostas à crise da dÃvida soberana deverão levar em linha de conta essa nova realidade. Se, de alguma maneira, esta decisão do eurogrupo representa uma resposta defensiva relativamente aos efeitos que as medidas de austeridade que embrulham a assistência financeira já se fazem sentir nas populações daqueles paÃses, principalmente no abandono do apoio eleitoral aos partidos que acompanham as exigências dos credores, então há que incluir este dado na redefinição da estratégia que tenha como objectivo a renegociação das condições para o pagamento do empréstimo. A qual passa necessariamente pelo alargamento da base social e polÃtico de oposição a este governo e pela construção de uma alternativa que mereça a confiança dos portugueses.
|