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29 DE DEZEMBRO DE 2008, SEGUNDA FEIRA
Esquerdas, caminhos de convergência
Domingos Lopes
"Neste combate, quem tiver maior capacidade e quem melhor souber expor as suas convicções mais reforçado sairá. Depois do Trindade veio a Aula Magna. Alguma coisa está a mexer no seio das esquerdas. Ainda não é o suficiente, mas é qualquer coisa e aponta um caminho: a necessidade da convergência das esquerdas. Mais que nunca. Das esquerdas que sendo diferentes e plurais assumem que é necessário derrotar a política de direita do Governo do PS-Sócrates." Lei aqui o artigo de opinião que Domingos Lopes publicou no Público, a 26/12/08.
Esquerdas, caminhos de convergência

Neste combate, quem tiver maior capacidade e quem melhor souber expor as suas convicções mais reforçado sairáDepois do Trindade veio a Aula Magna. Alguma coisa está a mexer no seio das esquerdas. Ainda não é o suficiente, mas é qualquer coisa e aponta um caminho: a necessidade da convergência das esquerdas. Mais que nunca. Das esquerdas que sendo diferentes e plurais assumem que é necessário derrotar a política de direita do Governo do PS-Sócrates.
Ora, sendo diferentes e plurais, certamente que podem ter razões diferentes para este combate. Ninguém em momento nenhum deve assumir que as únicas razões válidas para esse combate são as suas; nem ninguém neste combate pode prescindir de quem quer que seja, muito menos daquela força que em termos organizativos é a mais forte.
Ninguém é proprietário das consciências e das vontades. Em política, as consciências mudam. As que ontem votaram PS amanhã podem votar PCP ou Bloco de Esquerda ou PSD. Ninguém fica para sempre com os votos que lhe foram entregues: quem é seu dono entrega-os a quem quiser. Todos querem tirar votos uns aos outros, em todo o lado do mundo. E não só votos; influência também. Aqui é que reside o combate político.
Manuel Alegre é um destacado dirigente do PS em colisão com a política do Governo. Ao encabeçar este movimento certamente estará a pensar ganhar forças à esquerda, onde se situam outras forças. Daqui surgirão dados aparentemente contraditórios. Por um lado, o apelo a convergir à esquerda. Por outro lado, novos desafios ao PCP, ao Bloco e a outros intervenientes, com um parceiro de qualidades políticas indiscutíveis. O importante é saber aprender e agir pela convergência. É um disparate que uma organização, em nome do seu passado, aja como uma prima-dona e não tenha na devida conta este processo de convergência. Por outro lado, será uma ilusão permitir que a facilidade de contacto entre os principais protagonistas do mesmo processo de convergência acabe por deixar de fora quem falta.
Manuel Alegre no seu discurso lamentou que na Europa e em Portugal não haja convergência à esquerda. Fez bem em recordar esse facto, mas não deixa de ser verdade que a convergência das esquerdas impõe o combate à política de direita, tal como ele também o enunciou.
Depois do Trindade e dos avanços na Aula Magna as esquerdas assumem uma nova responsabilidade. A crise política, económica e financeira impõe essa convergência, a qual nunca será obtida com a rendição de nenhuma das forças, e muito menos com uma espécie de Tratado de Tordesilhas entre elas, em que aquilo que é de cada uma, em termos de influência eleitoral e social, fica guardado a sete chaves no cofre das certezas absolutas. Neste combate, quem melhor souber defender esta convergência sem abandonar as sua convicções, mais reforçado sairá. A convergência levará seguramente à possibilidade real de colocar no poder uma nova política alternativa, que rompa com as políticas neoliberais seguidas e que têm conduzido ao empobrecimento dos portugueses e ao enriquecimento de uma camada parasitária minoritária da burguesia dominante. Promotor do encontro da Aula Magna


 

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