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14 DE SETEMBRO DE 2020, SEGUNDA FEIRA
FONTE: RC
Posição da Renovação Comunista
Presidenciais: por desistências a favor do candidato melhor colocado à esquerda!
A Renovação Comunista toma posição sobre as eleições presidenciais, o quadro de fragmentação de candidaturas à esquerda e a necessidade de procurar a convergência para dar força ao combate à crise e à pandemia.
COMUNICADO

As próximas eleições presidenciais irão ter um particular significado na arrumação das forças políticas que determinarão a governação do país. Nem constitucionalmente, nem na prática, são as eleições presidenciais uma escolha de mera representação.

Pelo contrário, serão um momento de afirmação da força da democracia e dos ideais republicanos com impacto na formação da vontade coletiva para melhor definir as políticas a prazo. Exigem, por isso, uma intensa mobilização dos democratas.

As presidenciais acontecem num quadro grave da pandemia e de crise económica em parte por ela determinada, mas não só, com graves consequências no emprego, situação financeira das famílias e perigoso crescimento da pobreza e exclusão. A resposta a esta situação tem não só de acudir à urgência social mas deverá re-equacionar o modo de organização da economia e da sociedade, como lidar com o cuidado aos idosos, como orientar o desenvolvimento com respeito pela natureza, como alcançar uma redução da jornada de trabalho com mudança dos comportamentos e do estilo de vida, apontando em conjunto para uma economia mais justa, próspera e que aposta no uso regenerativo dos recursos.

Os desafios que se colocam são enormes e exigem arte e vontade políticas na formação de uma maioria clara de centro-esquerda e de esquerda, sem a qual não será possível encontrar as respostas necessárias. As presidenciais deverão ser um momento positivo no processo de construção de uma solução mais alargada para os problemas do país.

Mesmo que a aparência possa ser a de uma eleição à partida já decidida, a magnitude da votação no vencedor e o resultado relativo da esquerda terão sempre impacto no futuro do país. Uma ampla votação à esquerda significará mais força para determinar o sentido a imprimir à recuperação da crise e ao combate às desigualdades.

Não menos importante será o de se manter na margem do sistema democrático a extrema direita e derrotá-la inequivocamente.

Não tendo sido possível gerar uma candidatura única capaz de polarizar o centro-esquerda e a esquerda, a Renovação Comunista considera que a defesa da República, da democracia, e da futura orientação para a recuperação económica exigem a mobilização e convergência de todos os democratas, socialistas, bloquistas e comunistas.

Um compromisso entre candidaturas de centro-esquerda e esquerda, entre Ana Gomes, Marisa Matias e João Ferreira, com vista à desistência a favor da concentração de votos no candidato melhor colocado é o único caminho para uma ampla votação que dê alento à perspetiva de mudança real na vida das pessoas.

Para a Renovação Comunista, uma campanha marcada pela diversidade de candidaturas à esquerda, não tendo sido o mais desejável dos cenários, ainda pode constituir-se em oportunidade para debater o papel do Presidente no exercício do equilíbrio de poderes, desenvolvimento constitucional da democracia e realização da grande tarefa constitucional da regionalização.

A diversidade e autonomia de posições não deverá redundar em fragmentação e divisão de votos. Não deverá ser desperdiçada a expressão de força conjunta do centro-esquerda e da esquerda na determinação da vitalidade da nossa democracia e na aposta numa sociedade mais coesa e próspera.

A diversidade só tem valor se permitir, em vez de impedir, a concertação de posições e a viabilização de alternativas que gerem avanços reais na vida das pessoas. De outra forma, a disputa de territórios fragmentados que perdem de vista os ganhos globais a obter, desilude o eleitorado que se desmobiliza, deixando que todos os males se agravem, em vez de gerar força para resolvê-los.

A concertação de posições, com a desistência dos candidatos de esquerda menos bem colocados a favor do melhor colocado, seria a oportunidade de tornar um quadro político marcado pela complexidade numa perspetiva mais clara de avanço, pois ajudaria a gerar expectativa de influenciar a condução política a prazo e a remeter a extrema direita para a margem do sistema.

A Renovação Comunista apela à participação dos portugueses nas ações de campanha na defesa da Constituição e do aprofundamento da democracia com o objetivo de criar condições para um entendimento alargado entre as forças de esquerda e do centro-esquerda.

A Direção


 

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