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06 DE DEZEMBRO DE 2013, SEXTA FEIRA
José Reis
Hipocrisia e frieza: o OE contra o Estado, o trabalho e a economia
Os Orçamentos do Estado têm sido os instrumentos da regressão económica, social e política do país. São a concretização da mão ideológica reacionária (no sentido exato que os constitucionalistas dão a este termo) do governo. Consagram a desvalorização do trabalho e a fria retirada de patamares sociais dificilmente alcançados. Promovem as desmontagem peça-a-peça do Estado, quer enquanto aparelho de administração da sociedade, quer enquanto Estado Social, quer ainda enquanto instância política soberana e legítima, acelerando a sua cooptação pelos interesses. São, enfim, o veículo da privatização e do predomínio sem limites da sociedade de mercado que os liberais tomam como seu credo mais elevado.
Mas os OE (e o deste ano em particular) são também o instrumento grosseiro de duas hipocrisias: a do ajustamento das finanças públicas, que não se alcança porque todos os indicadores se agravam, e a da austeridade como solução para o bem comum, pois ela é sistematicamente recessiva. Eles não são estúpidos e, por isso, sabem bem que assim seria. Eles não têm como objetivo estabilizar o Estado ou fazer a economia recuperar. Eles querem, isso sim, é colocar o Estado e a economia num patamar tal de submissão e fraqueza (empobrecimento) que sejam dois campos facilmente capturáveis, submetendo-os a novas regras, as regras do poder de quem não estima as nações, nem o povo e muito menos o trabalho. Este será, pois, o OE em que a receita não subirá (mas subirão os impostos), em que a despesa corrente subirá (mas descerá a despesa com pessoal, subindo os juros e as prestações sociais com desamparados cada vez mais desprotegidos), em que a despesa de capital subirá (mas descerá o investimento). No fim, seremos um país que, da sua parca riqueza, enviará para o exterior, sob a forma de “rendimentos do investimento†externo, um montante quase equivalente ao défice do Estado previsto.


 
CLARÃSSIMO COMO A ÃGUA MAIS PURA
Enviado por João Manuel Antunes Casanova Ferreira, em 08-12-2013 às 13:24:10
Felicito o digno autor do artigo, pela sua profundidade, clareza e objectividade em tão escassas palavras. O que muito me dói é o amorfismo deste povo sofredor, que assiste à sua destruição e do futuro sem tugir um lamento consistente que urge lançar em defesa da honra e da dignidade cívicas.

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